A
ordem que Lula e Dilma Rousseff estipularam para o chamamento dos
partidos aliados às conversas sobre palanques estaduais obedece ao
critério de tamanho das bancadas. O PMDB tem 75 deputados. O PP, 44. O
próximo será o PR, que tem 32. É isso que define o tempo de tevê. Hoje,
avaliam os petistas, por mais que Dilma esteja bem nas pesquisas e tenha
condições reais de reeleição, o sentimento de mudança latente preocupa o
partido. Portanto, quanto mais tempo de tevê ela obtiver para mostrar o
governo e evitar que Aécio Neves e Eduardo Campos apareçam, melhor.
Afinal, por quê motivos eles iriam se reunir com o PP no sábado à tarde
na Granja do Torto e passar a manhã com o PMDB se estivesse tudo às mil
maravilhas? A preocupação é fato. E quanto antes tudo for resolvido,
melhor.
O problema é que o PT não tem
conseguido nas conversas passar aquela sensação de que está tudo bem. As
legendas que já conversaram sentiram que o papo presidencial é do tipo,
dá cá. Sem o toma lá. No caso do PMDB, por exemplo, a impressão de
muitos é a de que o amor de Lula e Dilma para com o partido já foi
maior. Até março, leitor, sustos virão.
A fúria
Lula
não gostou do vazamento do teor das reuniões de sábado. Ele comentou
com os petistas logo depois: “não tenho como ficar contra o Sarney no
Maranhão”. Resultado: o PT fará jogo duplo por lá. Uma ala vai de Flávio
Dino, do PCdoB, outra vai engrossar a chapa patrocinada pelo clã do
ex-presidente José Sarney e a governadora Roseana.