Cumpre pena há 1 ano e meio no
Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), o homem
condenado por abusar sexualmente das cinco filhas indígenas, à época com
idades entre 5 e 14 anos. Os crimes aconteceram no sítio da família em
Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá.
O caso gerou grande repercussão na
cidade após Raimundo de Almeida, de 50 anos, confessar que mantinha
relações com as filhas, com quem morava na propriedade rural próxima à
sede do município. Ele ficou com as meninas após se separar da mãe, uma
indígena da tribo Karipuna.
Raimundo foi preso em 25 de novembro
de 2015 após denúncia da mãe, que desconfiou do comportamento de uma das
filhas. Após ser preso, ele declarou à Rede Amazônica no Amapá que
considerava normal a atitude.
A pena imposta pela Justiça, em março
de 2016, foi de 14 anos de reclusão em regime fechado, sem direito ao
pagamento de multa e sem condições de responder inicialmente em liberdade. As meninas, que confessaram os abusos à polícia, estão morando com a mãe.
‘Filhas eram como mulheres’
De acordo com o conteúdo da sentença
as filhas, de 5, 6, 10, 12 e 14 anos, relataram que os estupros
aconteceram mais de uma vez, e que após a separação da esposa, as
meninas eram usadas como “mulheres”. “Afirmaram que quando o réu queria
praticar sexo, não deixava a vítima da vez ir para a escola, quando as
demais iriam, e praticava sexo com a filha que ficasse em casa por sua
ordem. Também todas afirmaram que ele ameaçava-as e violentava-as caso
contassem a alguém”, descreve a sentença, assinada pela juíza Laura
Costeira Araújo de Oliveira.
Apesar de ter confessado à polícia,
Raimundo negou em juízo as acusações. A magistrada detalhou na sentença a
grave consequência psicológica causada nas meninas após os abusos, que
de acordo com a denúncia do Ministério Público do Amapá (MP-AP),
aconteceram ao longo de três anos