Aliny Gama – Policiais militares do
Maranhão estão com as atividades paradas desde a noite desta
quarta-feira (26). A categoria decidiu se aquartelar por tempo
indeterminado para pressionar o governo do Estado a cumprir uma pauta de
reivindicações com quase dez itens, incluindo reajuste salarial de 25%
para compensar perdas.
A paralisação já atinge São Luís e as cidades de Bacabal, Caxias, Imperatriz, Matões, Parnarama e Timon.
Segundo um militar que faz parte da
liderança do movimento e pediu para não ser identificado temendo
represálias, os PMs estão se recusando a sair para patrulhamento nas
ruas e até cogitam deixar os postos militares do Complexo Penitenciário
de Pedrinhas.
Apesar de terem os salários reajustados
em 7%, os militares criticaram o aumento e pedem o reajuste de 25% para
compensar as perdas salariais que vêm sofrendo desde 2002.
“Foi dada uma reposição de 7% relativa à
inflação, mas não tivemos aumento real nos salários desde a greve de
2011″, disse o militar.
A categoria pede ainda o pagamento de
adicional noturno, adicional por periculosidade, lei de promoção,
regulamentação da carga horária de 40 horas semanais e melhores
condições de trabalho. Os militares reclamaram que estão trabalhando com
coletes balísticos fora do prazo de validade e munições obsoletas, além
de fardas velhas.
1.800 novos PMs
Enquanto os policiais militares decidiram
paralisar as atividades, o governo do Estado anunciou a nomeação de
1.800 novos PMs aprovados no concurso de 2012, para reforçar a segurança
de São Luís e do Interior do Maranhão.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney
(PMDB), informou que a nomeação dos novos militares tem data retroativa
a 18 de fevereiro.
Segundo o governo, a nomeação dos 1.800 PMs foi a maior incorporação já realizada na Polícia Militar do Maranhão.
Somente em São Luís, o reforço será de
730 novos policiais. Os outros 1.070 miliares serão distribuídos nas
unidades do Interior.
Sobre a paralisação dos militares, o
governo do Maranhão afirmou que os PMs não têm justificativa para
paralisar as atividades, pois o Estado tem se mantido “aberto ao
diálogo” e “valorizando” os policiais.
Em nota, enviada ao UOL, nesta
quinta-feira (27), o Estado afirmou ainda que vem cumprindo
“rigorosamente, dentro da legalidade, todos os itens do acordo firmado
com a categoria”.
Segundo o governo do Maranhão, as
gratificações por exercício de função foram reajustadas em percentuais
diversos e os novos valores já serão pagos a partir do mês abril. A
tabela de subsídios do Plano de Cargos e Carreiras foi antecipada de
2015 para novembro de 2014.
Entenda o caso
As associações militares fizeram uma
pauta de reivindicação para entregarem ao governo do Estado via Comandos
da PM e BM. Vejam a pauta de reivindicação:
1) Implantação de percentual de 18% no subsídio relativos ás perdas salariais;
2) Implantação dos índices nos termos da Lei de Remuneração(Escalonamento vertical);
3) Implantação da URV concedidas a outras categorias em 2006;
4) Mudanças dos critérios de promoções e implantação da jornada de 40 horas semanas;
5) Alteração da redação do art. 22, da Lei Complementar nº 73/2004;
6) Criação da Promoção a Pedido para oficiais e praças da PM/BM;
7) Criação do Adicional de Qualificação;
8) Reajuste da Retribuição financeira temporária pelo exercício de função.
Dos itens acima apresentados somente o
1(em parte apenas 5,6% dos 18% reivindicado), 5 e 8 foram aceitos. A lei
complementar foi aceita e o reajuste de 53% na função.
Outra pauta posterior as reivindicações
foi a anistia dos militares envolvido nas manifestações dos dias 26 e
13/03. Proposta essa não aceita, o Cb Campos e o Soldado Leite foram
responsabilizados pelas manifestações e ambos foram submetidos ao
Conselho de Disciplina.
Em virtude da negativa do governo da
anistia administrativa e o baixo percentual de aumento, os policiais
militares decidiram fazer a greve após 3 anos. (Blog Ebnilson)