O novo salário mínimo de R$ 678, em vigor desde ontem (1º), só terá
efeito na renda do trabalhador, na maioria dos casos, no final de
janeiro ou em fevereiro, quando efetivamente será depositada a quantia
referente ao mês de dezembro. A exceção é o trabalhador que recebe o
salário em duas parcelas, geralmente depositadas a cada quinzena.
“É importante observar que o salário que será pago é referente ao
mês de dezembro, quando o mínimo era R$ 622. Quem recebe no dia 30 ou no
início de cada mês só sentirá a diferença quando receber o salário de
janeiro, informou José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de
Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O reajuste de 9% foi definido com base na Lei n° 12.382, de 25 de fevereiro de 2011. O objetivo do governo é valorizar o salário mínimo em longo prazo.
Pela regra, o valor foi definido com base na variação do Produto
Interno Bruto (PIB) de 2011, de 2,73%, mais a inflação anual medida pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimada em
6,10%.
O novo valor acresce R$ 56 à renda de quem ganha um salário mínimo e
gera um impacto estimado nas contas da Previdência Social de mais de R$ 12,3 bilhões,
em 12 meses. O aumento representa, segundo os cálculos do Dieese, uma
injeção anual de renda na economia de R$ 32,7 bilhões. O departamento
informou também que o novo valor aumentará a arrecadação tributária em
R$ 15,9 bilhões sobre o consumo, na mesma comparação, já que atualmente
45,5 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo.
Com o novo valor do salário mínimo fixado em R$ 678, segurados do INSS que recebem até o piso previdenciário terão os benefícios corrigidos na folha de janeiro,
que começa a ser paga no dia 25 deste mês e vai até o dia 7 de
fevereiro. Ao todo, mais de 20 milhões de pessoas terão os benefícios
reajustados.