O Estado
A Polícia Federal do Maranhão divulgou, ontem (6), detalhes sobre a campanha nacional de desarmamento de 2011, lançada, no Rio de Janeiro, pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Inicialmente marcada para junho, a campanha foi antecipada em virtude da tragédia que aconteceu na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, que resultou na morte de 12 crianças.
O chefe da Delegacia de Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas (Delearm) da Superintendência da Polícia Federal no Maranhão, Pedro Meireles, anunciou duas novidades básicas para o recolhimento de armas este ano. A primeira será o total anonimato de quem estiver entregando e, a segunda, a celeridade no recebimento da indenização, que pode variar entre R$ 100 e R$ 300.
"No momento da entrega da arma, será feito um protocolo e, com o número, a pessoa que entregou poderá procurar uma agência do Banco do Brasil para receber a indenização de forma imediata. Na campanha passada, esse processo demorava cerca de três meses. Também não será exigida a identificação da pessoa que entregar a arma, como o número do CPF", disse o delegado.
A campanha, também, terá a ampliação dos postos de recolhimento. Antes, apenas os postos policiais podiam receber as armas. Desta vez, locais como igrejas, lojas maçônicas e organizações não governamentais poderão se cadastrar para o recolhimento, porém, sujeitos à aprovação da Polícia Federal.
Recolhimento
A Campanha Nacional de Desarmamento de 2011 terá como slogan "Tire uma arma do futuro do Brasil". Com esse princípio, a iniciativa do governo federal garante a destruição parcial do armamento no momento da entrega. A incineração completa será, posteriormente, em fornos adequados.
Para o transporte da arma até o local de entrega, o cidadão precisa retirar uma guia de trânsito no site da Polícia Federal. Este ano, no Maranhão, por exemplo, o objetivo das mudanças será aumentar o número de recolhimento de armas.
De acordo com dados do Delearm da PF local, na campanha de 2008, foram entregues 127 armas no Estado. No ano seguinte, caiu para menos da metade, já que apenas 52 foram entregues voluntariamente. Em 2010, o número foi praticamente insignificante: somente cinco armas recolhidas.
No lançamento nacional da campanha, no Rio, o ministro da Justiça falou sobre os investimentos e suas expectativas para 2011. "Disponibilizamos R$ 10 milhões para indenizar quem entregar uma arma", afirmou José Eduardo Cardozo.
Número
No Maranhão, desde 2004, já foram recolhidas 2.932 armas, apesar da queda dos últimos três anos. Desde 2003, o número de armas recadastradas foi de 24.253. É importante lembrar que munições entregues não serão indenizadas.
Na manhã do dia 7 de abril, Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, na zona oeste do Rio, e matou a tiros 12 alunos. O assassino, que se suicidou após cometer o massacre, foi identificado como ex-aluno da escola. Outras 12 crianças também foram baleadas e internadas em hospitais do Rio. Com o assassino, foram encontrados dois revólveres e munição. Ele disparou ao menos 100 tiros, pois tinha um carregador capaz de municiar as armas com rapidez. Wellington Menezes de Oliveira, antes de recorrer ao suicídio, foi baleado por um policial.
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