quarta-feira, 3 de abril de 2019

Título de Cidadão Chapadinhense: por que para alguns e outros não?

Este material e do companheiro Willian Fernandes, a quem eu parabenizo pelo belo conteúdo.

Sei que todos são merecedores, mas nunca explicaram por que seu Raimundo nunca recebeu esta singela homenagem dos vereadores. Quais os critérios para receber tal honraria?
Se teve um cinema popular aqui em Chapadinha foi o Cine Guanabara, do Seu Raimundo, este cearense de Camocim, que deixou sua terra ainda adolescente, rodou o Brasil inteiro de ônibus e de navio, mas escolheu Chapadinha para trabalhar, constituir família e viver seus últimos dias. Nesses mais de 50 anos de Chapadinha, ele contribuiu imensamente com nossa cultura.

VEJA ESTE VÍDEO:



Antes das locadoras de vídeo, dos Telecines da vida, da Netflix, dos cinemas nos shoppings, era na telona "cinemascope" dele que a gente se emocionava com Teixeirinha e Mary Terezinha, se divertia com o Bang-Bang de Giuliano Gemma, Charles Bronson, sentia frio na barriga com Tarzan (com Jane e a macaca Chita) enfrentando os leões africanos. Não vou falar de filmes eróticos, pq eu era adolescente e “nunca” entrei escondido para ver os filmes de Emanuelle.

Era no "Sistema de Alto Falante Guanabara" que a gente ouvia os "lançamentos" da música brasileira e estrangeira (embora chegassem com anos de atraso).

Se no rádio a ópera “O Guarani” de Carlos Gomes nos alertava sobre o início da Voz do Brasil, no Sistema Guanabara tínhamos o clássico “Bridge On The River Kwai”, tema do filme “A Ponte do Rio Kwai” que, com certeza ainda faz marejar os olhos de quem viveu aquela época em Chapadinha. Quem nunca a assoviou? Entendedores entenderão.

Era da Praça da Matriz que saíam os bilhetinhos dos casais apaixonados oferecendo músicas românticas para as pessoas amadas. Eita...

Os rolos de filmes chegavam todas as semanas, via Transbrasiliana e Viação Salete. Eu e meu irmão, o Picolé, nos revezávamos para buscar os filmes na Rodoviária e os entregar no Cine Guanabara e no Cine Centro (este, mais moderno, onde hoje funciona a Câmara Municipal).


Quem entregava o filme ganhava a entrada nos respectivos cinemas. Mas quando era filme de Tarzan, Shao Lin/Bruce Lee, Teixeirinha ou bang-bang, sempre dava briga entre a gente. E este tipo de filme só ia para o Guanabara, pois o Cine Centro só recebia filmes mais recentes e menos atraentes. Era mais para a “elite”.

Quando o filme era longo, a tela ficava em branco, para Seu Raimundo trocar o rolo. De vez em quando a fita quebrava e era aquela gritaria. Bem na hora da melhor cena do filme. Nessa hora a gente aproveitava para ir lá fora comprar pipoca e bombom “stramith” do seu Machado. Era bem em frente à Barbearia do Cabrinha. Lembram?

Bom, essa é apenas uma parte do que eu vivi e lembro. Mas quantas pessoas não têm suas histórias particulares, graças ao cinema do Seu Raimundo?

Ele não foi o dono do primeiro cinema de Chapadinha, pois antes tivemos o Cine Trapiá e outro que não lembro, mas foi o que mais deixou lembranças, pelo menos para mim e para outros que vivenciaram essa época.

Diante disso, pergunto: esse cidadão merece ou não, ser chamado à Câmara Municipal para receber um singelo diploma com o Título de Cidadão Chapadinhense? Fiquem à vontade para discordar e dizer o porquê. Fiquem à vontade também para fazer suas indicações.

E me desculpem a insistência nesse assunto. É que sou chato assim mesmo.
Texto:  William Fernandes , extraido do Blog do Willian Fernandes

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