quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Presidente da Petrobras não revela causa nem data da demissão de Edilázio Jr da estatal

Edilázio Júnior

Alvo da operação “18 minutos”, deflagrada pela Polícia Federal, na semana passada, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o suplente de deputado Edilazio Júnior não integra mais a cúpula da Petrobras. Edilázio havia sido nomeado para atuar junto à presidência da estatal em janeiro.

No dia 7 de agosto, o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, assinou uma decisão de 89 páginas afastando dos cargos respectivos cargos desembargadores e juízes do Judiciário maranhense envolvidos numa trama milionária de manipulação de decisões judiciais que ainda reuniria servidores, advogados e políticos no estado. O grupo mirava os cofres do Banco do Nordeste num esquema de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo os investigadores, advogados processavam o banco e obtinham decisões favoráveis dos magistrados imputando pagamentos milionários. Num dos casos, o alvará foi de 14 milhões de reais.

No mais recente, em março de 2023, mais 3,4 milhões de reais. Entre a ordem do juiz e o saque no caixa, a operação levou apenas 18 minutos. Depois, segundo as investigações, os alvos dividiram com os magistrados o dinheiro cobrado da instituição financeira nas decisões judiciais fraudulentas.

Segundo a apuração, além dos magistrados e de servidores do TJ maranhense, 14 advogados e políticos integravam a organização criminosa.

Edilázio Júnior, que é presidente estadual do PSD e genro da desembargadora Nelma Sarney – uma das afastadas pelo STJ -, foi alvo da ação, passando a usar tornozeleira eletrônica.

Em janeiro, Edilázio, que é também advogado com influentes relações no Maranhão, assumiu o importante cargo na cúpula da Petrobras.

Indicado pelo PSD, ele tornou-se assessor especial da presidência da estatal, então controlada pelo petista Jean Paul Prates, em Brasília. Nessa posição, tinha acesso a dados privilegiados da empresa e participava de reuniões de cúpula.
Em junho, Edilázio representou a cúpula da Petrobras numa agenda de Lula no Maranhão. O encontro foi registrado em uma série de fotos com o presidente da República em que o assessor da estatal comemorou o anúncio de “investimento na Margem Equatorial, que prevê a exploração de petróleo na região Norte, trazendo um potencial significativo de desenvolvimento econômico”.

“Tive o prazer de representar a presidenta da Petrobras durante o evento, reforçando nosso compromisso com o desenvolvimento do estado”, escreveu Edilázio.

O encontro entre Edilázio e Lula ocorreu em 21 de junho, dois dias depois de a atual presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ter tomado posse no comando da estatal.

Nesta semana, ao ser questionada pela coluna Radar, da revista Veja, depois de a operação tragar o assessor da companhia, a Petrobras informou que o político já não fazia mais parte da empresa, mas se recusou a revelar a causa e a data da demissão.

Prates diz que Edilázio foi “um dos poucos” nomes indicados a ele que aceitou nomear, mas que não se lembrava do padrinho do deputado. Já um integrante da cúpula do PSD afirmou que, por ser suplente de deputado o advogado contou com a boa vontade do partido na indicação à estatal.

A Petrobras, reza a lenda, tem um sistema de compliance para selecionar seus executivos e servidores de cúpula. Nesse caso, a investigação contra Edilázio, aberta em 2023, não chegou a ser um problema detectado pela empresa. (Com Radar da Veja on-line).

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