quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Presidente da Nicarágua decide expulsar embaixador brasileiro, diz imprensa local

Itamaraty ainda não foi comunicado oficialmente
Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, durante discurso comemorando o aniversário da Revolução Sandinista Cesar Perez/AFP

A Nicarágua determinou a expulsão do embaixador brasileiro Breno Souza da Costa do país nesta quarta-feira, informou a imprensa local. O Itamaraty não recebeu nenhum comunicado oficial do país e ficou sabendo da decisão por meio dos jornais nicaraguenses, segundo integrantes do Ministério das Relações Exteriores.

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Apesar da falta de confirmação oficial, a expulsão não foi uma surpresa para o governo brasileiro, que chegou a ser avisado, há três semanas, que isso iria acontecer. Ao ser informado, o Itamaraty pediu que as autoridades do país pensassem bem antes de tomar a decisão.

A expulsão teria sido motivada pela ausência do embaixador brasileiro no aniversário da Revolução Sandinista, celebrado em 19 de julho. A data marca a derrubada em 1979 da ditadura de Anastasio Somoza pelo movimento de esquerda como sandinista, ao qual o presidente nicaraguense Daniel Ortega liderou. O Brasil não teria enviado nenhum representante para o evento.

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Breno Souza da Costa segue na capital Manágua e ainda não saiu da Nicarágua. Conforme noticiaram as mídias locais, foi dado um prazo de 15 dias para que ele deixe o país.

A Nicarágua tem um dos regimes mais autoritários da América Latina e Ortega está no poder de forma ininterrupta desde 2007. O autoritarismo do regime de Ortega e de sua mulher, Rosario Murillo, permeia intensamente a vida pública na Nicarágua, indo desde a proibição de manifestações públicas desde 2018, quando o governo matou centenas de opositores, à censura à imprensa e ao aparelhamento do Judiciário.

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