sexta-feira, 3 de abril de 2020

Polícia identifica suspeitos de assassinar líder indígena Guajajara no Maranhão

Informação foi confirmada nesta quinta-feira (2) pelo secretário de Direitos Humanos do Maranhão. Relatório foi encaminhado para a Polícia Federal, que deve conduzir as investigações.

Por G1 MA
Polícia identifica autores do assassinato contra líder indígena no Maranhão

A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) identificou os suspeitos de assassinar o líder indígena Zezico Rodrigues Guajajara, encontrado morto na terça-feira (31) próximo a Aldeia Zutiuá no município de Arame, localizado a 476 km de São Luís. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (2) por Francisco Gonçalves, secretário estadual de Direitos Humanos e Participação Popular.
De acordo com o secretário, o mandante e os autores dos disparos foram identificados logo após o crime. Um relatório foi enviado à Polícia Federal (PF) que deve conduzir o inquérito que vai investigar o crime. Francisco Gonçalves afirmou que o clima na aldeia continua tenso, principalmente por conta da presença dos suspeitos do homicídio.

"A Polícia Civil já identificou o mandante e os executores e já enviou um relatório para a Polícia Federal a quem cabe agora conduzir o inquérito. Na aldeia o clima continua tenso por conta da presença dos suspeitos do crime. Uma equipe da PF chegou agora [quinta, 2] à aldeia. Zezico era uma importante liderança na defesa da Terra Indígena Araribóia e diretor de uma escola da região", disse o secretário.

Francisco Gonçalves esteve na quarta-feira (1º) na Aldeia Zutiuá, junto com equipes da Polícia Civil, para apurar as circunstâncias do crime. Nesta quinta-feira (2), o corpo de Zezico Guajajara foi sepultado e a cerimônia contou com a presença de lideranças indígenas da região, dentre elas, a ativista Sônia Guajajara.

Líder indígena Zezico Guajajara foi encontrado morto na Terra Indígena Araribóia em Arame, no Maranhão. — Foto: Divulgação/Cimi

Ameaças
Após o crime, lideranças indígenas da região relataram que Zezico Guajajara vinha recebendo ameaças de morte por conta de conflitos internos dentro da Aldeia Zutiuá. O índio chegou a formalizar denúncias a respeito de 'atos de violência' praticados por outros indígenas dentro da aldeia para a Fundação Nacional do Índio (Funai) e para Polícia Federal (PF).

Manifestações
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) se manifestou na tarde de terça-feira (31) sobre a morte do líder indígena. Por meio de uma rede social, Dino lamentou o crime e disse que o estado está à disposição para auxiliar o governo federal na segurança das terras indígenas.

Por meio de um vídeo, Giderlan Rodrigues da Silva, coordenador do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) lamentou a morte do líder Guajajara e afirmou que o órgão vai cobrar e acompanhar a investigação para pedir a punição dos responsáveis junto as autoridades competentes. Além disso, ele pediu a proteção das terras e dos povos indígenas que vivem no Maranhão. Veja abaixo:


Coordenador do CIMI fala sobre a morte de líder indígena no Maranhão

Região de conflitos
A morte de Zezico Guajajara aconteceu na Terra Indígena Araribóia, mesma região onde o líder indígena e 'Guardião da Floresta' Paulo Paulino Guajajara foi assassinado em novembro de 2019. O território é conhecido por registrar inúmeros conflitos de terras entre indígenas e madeireiros.

Segundo a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) de 2016 até novembro de 2019, 13 indígenas foram mortos em decorrência do conflito com madeireiros no Maranhão. A entidade afirma que a 'estrutura de segurança não está preparada ou não prioriza os casos' relacionados a índios.

Terra Indígena Arariboia
A Terra Indígena Arariboia é composta por etnias indígenas Ka’apor, Guajajaras e Awá-Guajás em um território com 413 mil hectares no sudoeste do Maranhão onde vivem 12 mil indígenas. Parte dessas tribos possuem Guardiões da Floresta, que são formados com o intuito de proteger a natureza, evitar invasões de madeireiros e incêndios.


Indígenas cercam homens que estavam em acampamento montado na Terra Indígena Alto Turiaçu, com a finalidade de desmatar a região — Foto: Lunae Parracho/Reuters

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