Flávio Dino e Lula e Roseana Sarney e Michel Temer: alianças firmadas para as eleições do ano que vem no Maranhão |
A participação destacada do governador Flávio Dino no 14º Congresso do
PCdoB, realizado no fim da semana passada em Brasília, e a ação política
consistente e contínua do ex-presidente José Sarney (PMDB) junto ao
presidente Michel Temer (PMDB) delinearam bem como as forças que se
baterão no pleno nacional se movimentarão no Maranhão. A reunião do
PCdoB colocou mais uma vez – e parece que agora em caráter definitivo – o
governador Flávio Dino (PCdoB) e o ex-presidente Lula da Silva (PT)
lado a lado para a guerra eleitoral. E a ação política do ex-presidente
José Sarney parece que consolidou o apoio do presidente Michel Temer
(PMDB) como o lastro principal do projeto por meio do qual a
ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) pretende disputar o Governo do
Estado. Entre esses dois projetos de rolo-compressor se movimenta a
candidatura do senador Roberto Rocha pelo PSDB, que deve abrir caminho
para a provável candidatura tucana do atual governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin.
É cada vez mais forte a ligação política do governador Flávio Dino com o
ex-presidente Lula. E a menos que haja uma reviravolta surpreendente,
os dois marcharão juntos em 2018, o governador lutando pela reeleição e o
ex-presidente tentando voltar ao Planalto. Apesar dos pequenos azedumes
que aqui e ali estremecem as relações do PT com o PCdoB, numa ciranda
que às vezes envolve também PSB e PDT, Flávio Dino tem sabido levar à
frente a aliança reconstruída depois do longo casamento do PT com o
PMDB. Em tempos de duro desgaste para o PT, o governador Flávio Dino tem
emprestado seu prestígio numa enfática defesa de Lula. A relação indica
que, mesmo que venha a ser judicialmente impedido de ser candidato,
Lula entrará de cabeça na campanha de Flávio Dino, que por sua vez
apoiará incondicionalmente candidato o PT, que deve ser o ex-prefeito de
São Paulo, Fernando Haddad.
O ex-presidente José Sarney tem se movimentado com toda sua expertise na
construção da ponte que está transformando o projeto eleitoral da
ex-governadora Roseana Sarney na lista de prioridades do PMDB e do
presidente Michel Temer na corrida eleitoral de 2018. A movimentação que
resultou na escolha do delegado Fernando Segovia para o comando da
Polícia Federal mostrou o grau de sintonia do ex-presidente como o atual
ocupante do Palácio do Planalto. Nos bastidores de Brasília corre que,
mesmo impopular, o presidente Temer aposta alto na recuperação
econômica, e esteira da façanha, embalar algumas candidaturas da
preferência do PMDB e dele próprio, sendo a de Roseana Sarney uma delas.
Essa decisão foi tomada na euforia da derrubada da segunda denúncia
contra o presidente. E foi a batida de martelo que levou a
ex-governadora desembarcar em São Luís alguns dias depois como candidata
assumida, indicando que se Michel Temer tivesse sido afastado ela não
entraria na briga pelo Palácio dos Leões.
Tudo está sendo desenhado para que esse seja o embate central da corrida
aos Leões no ano que vem. O governador Flávio Dino vem dando ênfase
política cada vez maior às ações do seu Governo, cumprindo uma agenda
intensa de visitas ao interior para inaugurar e anunciar obras. Sabe
que, exatamente por estar fora do poder, Roseana Sarney tentará
retomá-lo usando todo o seu arsenal político e midiático, como está
fazendo no caso da Operação Pegadores. E nessa guerra entrarão Lula por
Flávio Dino e vice versa, e os ventos do Palácio do Planalto por Roseana
Sarney. A primeira aliança já está selada e dificilmente sofrerá algum
revés. A segunda já é fato, mas ainda está ganhando forma nas sombras e
será mostrada à medida que as notícias econômicas sejam mais
alvissareiras.
Nesse contexto, observadores mais exigentes sugerem mais tempo para o
embate Flávio Dino/Roseana Sarney seja definido, chamando atenção para a
candidatura do senador Roberto Rocha, que nas suas avaliações, pode
ganhar impulso com a candidatura presidencial do PSDB. São poucos os que
apostam que ele leve a melhor, mas são muitos os que acreditam que ele
pode vir a desequilibrar a disputa.
Via reportertempo.com.br
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