UOL – Do ranking dos dez
municípios mais violentos do país, oito estão situados na região
Nordeste, segundo o Atlas da Violência 2017, divulgado nesta
segunda-feira (5). Homicídios cresceram 22,7% em dez anos no país,
aponta Atlas da Violência.
O estudo, que analisa os dados mais
recentes do Ministério da Saúde, referentes ao ano de 2015, utiliza como
critério a soma das taxas de homicídio e de mortes violentas com causa
indeterminada (índice classificado pela sigla “MVCI”). São consideradas
apenas as cidades que possuem população superior a 100 mil habitantes.
Apesar da predominância do Nordeste, o
município que lidera este ranking é Altamira, no Pará. Em 2015, tinha
pouco mais de 108 mil pessoas e uma taxa de homicídio somada com as MVCI
calculada em 107 –quase dez pontos a mais do que Lauro de Freitas, na
Bahia, que ficou na segunda colocação (97,7).
Veja a seguir o ranking das cidades mais violentas:
1º – Altamira (Pará), com taxa de 107 homicídios por 100 mil habitantes
2º – Lauro de Freitas (Bahia), taxa de 97,7
3º – Nossa Senhora do Socorro (Sergipe), com 96,4;
4º – São José de Ribamar (Maranhão), com 96,4;
5º – Simões Filho (Bahia), com 92,3;
6º – Maracanaú (Ceará), com 89,4;
7º – Teixeira de Freitas (Bahia), com 88,1;
8º – Piraquara (Paraná), com 87,1;
9º – Porto Seguro (Bahia), com 86,0;
10º – Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco), com 85,3.
Além de Altamira, na região Norte, a
cidade de Piraquara, no Sul, destoava da tendência observada no ranking.
O município paranaense tem a menor população (104.481 pessoas) entre os
dez mais violentos. Na lista das 30 cidades com a maior soma da taxa de
homicídios e das mortes violentas sem causa determinada, segundo o
Atlas da Violência, o Norte e o Nordeste do país possuíam 22 municípios
neste ranking.
No estudo, os pesquisadores afirmam que a
violência cresce à medida que “as transformações urbanas e sociais
acontecem rapidamente e sem as devidas políticas públicas preventivas e
de controle, não apenas no campo da segurança pública, mas também do
ordenamento urbano e prevenção social”. “Ou seja, a qualidade da
política pública é um dos elementos cruciais que podem conduzir à
diminuição das dinâmicas criminais.”
Na outra esfera de análise, o Atlas da
Violência elencou os 30 municípios que eram considerados, em 2015, os
mais “pacíficos” do país –também considerando apenas aqueles com mais de
cem mil habitantes. O destaque foi Jaraguá do Sul, em Santa Catarina,
com índice de 3,7 (taxa de homicídios somada com MVCI).
No geral, no ranking das 30 cidades com
melhores resultados, a maioria estava no Sudeste (24 municípios, dos
quais 19 em São Paulo).