Oficiais de justiça estão procurando pelo ex-senador para que ele participe de videoconferência como testemunha de Lula
A
ordem para a intimação do ex-senador foi expedida por Moro no dia 6 de
dezembro. A primeira visita feita pelo oficial de Justiça ao endereço de
Sarney ocorreu em 19 de dezembro, na Rua Alpercatas, no bairro do
Calhau, em São Luís. Na residência de Sarney, na capital maranhense, o
oficial foi recebido pelo PM que faz a segurança do local. Foi informado
que Sarney estava em Brasília e que dificilmente se encontra no local.
A
segunda tentativa ocorreu na última segunda-feira 6. Oficiais de
Justiça navegaram até a Ilha Curupu, na Baía de São Marcos, no município
de Raposa, próximo a São Luís, onde ficam as mansões de veraneio da
família Sarney. A casa mais antiga é a do ex-senador e a outra, mais
nova, de sua filha, a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). A ilha é
particular, mas algumas famílias de pescadores receberam autorização
para continuar a morar ali, em casas de madeira.
Foram os
pescadores que receberam o oficial de Justiça, que foi aos dois imóveis.
O primeiro, que seria o de Sarney, estava fechado. No segundo, o
funcionário foi recebido por um vigia que se identificou apenas como
Índio e disse que raramente Sarney aparece por lá, porque a família só
usa a ilha no verão.
Na quinta-feira passada, Sarney esteve no
hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde visitou Lula e a ex-primeira
dama Marisa Letícia, morta no dia seguinte. O ex-senador estava
acompanhado do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, entre outros peemedebistas.
Neste processo em
que Sarney foi arrolado como testemunha de defesa, Lula é acusado pela
força-tarefa da Lava Jato por lavagem de R$ 1,3 milhão pagos pela OAS
para armazenar o acervo presidencial entre janeiro de 2011 e janeiro de
2016 em depósitos da Granero. Foram 21 pagamentos mensais de R$ 21,5 mil
e, segundo os procuradores, a quantia era proveniente de crimes
praticados pela empreiteira em licitações da Petrobras.
A defesa
do ex-presidente afirma que a armazenagem do acervo presidencial foi
negociada com o Instituto Lula como contribuição privada, depois que ele
deixou o governo.
Sarney foi convocado para depor para que explique à Justiça como fez para armazenar o acervo de seu governo (1985-1990).
A
reportagem procurou tentou contato com o ex-senador. No entanto, a
assessoria de Sarney ainda não retornou as ligações até o início da
noite desta quarta-feira 8.