A guerra de facções na maior
penitenciária do Rio Grande do Norte, em Alcaçuz, vai completar duas
semanas e segue deixando marcas de terror, lado a incapacidade do poder
público de controlar o presídio, onde presos circulam livremente. Como
resultado, na chacina que teve no último dia 14, entre os 26 mortos
estavam presos evangélicos que não eram membros de nenhuma facção, mas
foram assassinados enquanto estavam ajoelhados e com a bíblia na mão,
pedindo a Deus salvação.
As informações foram apuradas pelo
portal UOL, que colheu depoimento de familiares de alguns detentos, bem
como do membro de uma das facções em regime semiaberto, conhecida como
“Sindicado RN”, rival do “Primeiro Comando da Capital”, ou PCC. Segundo a
investigação, a motivação para a rebelião é por disputa territorial,
afiliação de membros para as “gangues”, aumento de renda e,
consequentemente, de força.
Para fazer parte de uma facção, o membro
ou, “afiliado”, paga uma mensalidade (!), de onde o bando criminoso
obtém parte da sua renda, enquanto o membro recebe a proteção do grupo,
além de poder integrar outras ações criminosas. Dessa forma, as facções
lutam para obter o maior número de membros, sendo os presídios o
principal meio de recrutamento dos novos “afiliados”. Quanto maior o
presídio, maior é a chance de novas afiliações. Alcaçuz, por exemplo, é o
maior do Estado, o que explica a guerra no local.
Cada facção pretende obter o domínio do
lugar, por isso exigem do Governo a transferência dos rivais, para que
possam fazer recrutamento de novos membros sem precisar enfrentar a
concorrência. Foi o que aconteceu, por exemplo, na transferência
ocorrida no dia 18, quando 220 presos do “Sindicato do RN” foram levados
para outras cadeias. Foi devido a essa decisão que o “Sindicato”
ordenou uma série de ataques na capital, insatisfeitos com a medida que,
na prática, enfraqueceu a facção dentro de Alcaçuz.
Os presos evangélicos morreram primeiro
Ainda segundo o UOL, no dia 14, quando
cerca de 500 presos da facção PCC saíram do pavilhão 5 para invadir o
pavilhão 4, encontraram um grupo de 150 detentos, entre eles os que
chamam de “massa”, ou seja; presos que não pertencem a nenhuma facção,
mesmo assim 26 (confirmados) foram atacados e mortos pelo PCC.
Segundo os relatos colhidos pela
reportagem, um pequeno grupo de presos optou não fugir do local, eram os
presos evangélicos. Invés disso, eles se ajoelharam com bíblias na mão,
pedindo salvação. Mesmo assim foram assassinados, mas não tiveram seus
corpos arranhados nem suas cabeças decapitadas, por serem considerados
“neutros”. Eles foram os primeiros a morrer.
Recentemente publicamos aqui uma matéria
relatando que na última sexta feira (20) a rebelião foi interrompida
por um culto evangélico. Divulgamos que provavelmente essa ação é fruto
do trabalho evangelístico realizado pela Igreja Verbo da Vida, comandada
pelo Pastor Raul Moreira, que já havia feito o batismo de 57 detentos
em 2013. Sem dúvida esse é um caso que nos faz lembrar a importância de
anunciar, como está escrito:
“Arrependei-vos,
pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e
venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor,” (Atos 3:19)
(GospelMais)