Por:NELSON MELO (JP)
Três integrantes de uma quadrilha
especializada em roubo a bancos no Maranhão e em outros três estados
morreram em confronto com policiais da Superintendência Estadual de
Investigações Criminais (Seic), na madrugada de ontem (24), em Lajeado
Novo, próximo às cidades de Grajaú e Porto Franco. Um dos mortos era o
líder do bando, identificado como John Lennon da Silva, que havia sido
resgatado do Centro de Detenção Provisória (CDP), unidade do Complexo
Penitenciário de Pedrinhas.
Com o tiroteio, a polícia desarticulou o
perigoso bando, que se preparava para realizar mais uma assalto, desta
vez à agência bancária de Grajaú. John Lennon era contato de facção
criminosa paulista no Maranhão. Quatro outros integrantes da quadrilha
conseguiram fugir e estão sendo procurados. Além do Maranhão, os
assaltantes agiam nos estados do Pará, Piauí e São Paulo. A investigação
apontou que já teriam praticado mais de 12 assaltos a bancos – em dois
destes conseguiram a quantia de R$ 1,5 milhão.
De acordo com o delegado Thiago Bardal,
chefe da Superintendência Estadual de Combate ao Narcotráfico (Senarc) –
vinculado à Seic –, o trio seguia em três veículos, incluindo uma
caminhonete Frontier prata, em direção a Grajaú, onde pretendiam roubar
uma agência bancária. Contudo, a quadrilha foi interceptada, iniciando
uma intensa troca de tiros entre os investigadores e os criminosos.
No decorrer do tiroteio, disse Bardal,
John Lennon, Diego Saboia dos Santos Silva, o “Cabeça”, e outro
identificado como “Ferramenta”, que ocupavam a Frontier, foram baleados e
morreram. Os outros membros do bando conseguiram fugir do cerco, depois
de entrarem em um matagal. Com os três que não resistiram, foram
apreendidos três fuzis AK-47, com munições.
OPERAÇÃO EM IMPERATRIZ –
Após o confronto, os investigadores seguiram para Imperatriz, onde
fizeram diligências com o objetivo de capturar o restante da quadrilha
liderada por John Lennon. Como resultado desta abordagem, os policiais
cercaram a casa de um suspeito de apelido “Fuscão”, como informou o
delegado regional Eduardo Galvão. Lá, um policial militar lotado no
Pará, Fernando Gomes – que é cunhado de “Fuscão, que não conseguiu
escapar, acompanhado de outros três comparsas –, atirou contra a equipe,
alvejando um dos policiais civis, de nome Alessandro, que não corre
risco de morrer.
Durante esta ação policial, além do
militar, Naila e Franciele Gomes, mãe e irmã de Fernando Gomes,
respectivamente, receberam voz de prisão, sendo os três levados para a
Delegacia Regional de Imperatriz, segundo Galvão. Um veículo Omega preto
foi recolhido pelos investigadores, também no decorrer do cerco. O
policial do Pará está sendo investigado por seu envolvimento com o grupo
liderado por Lennon.
COLETIVA NA SSP – Em uma
entrevista coletiva realizada ontem, na Secretaria de Segurança Pública
(SSP/MA), o titular da pasta, Jefferson Portela, afirmou que a
quadrilha chefiada por Lennon teria praticado mais de 12 assaltos a
agências bancárias em um período de dois anos, no Maranhão, Pará,
Tocantins e Piauí. O secretário disse que o bando tem ligações com uma
facção criminosa sediada em São Paulo, e que John Lennon pretendia
instalar um “braço” dela aqui.
Já o delegado Thiago Bardal, que também
participou da coletiva, contou que Jonh Lennon estava sendo monitorado
pela Polícia Civil desde 2009, ano no qual o seu bando assaltava no sul
do Estado, com foco em agências dos Correios. O criminoso, à época, foi
capturado, devido a estes delitos. Porém, escapou em um táxi, em 2011,
mas, em 2014, foi recapturado em Rondônia, sendo transferido,
posteriormente, para o CDP, em São Luís.
Bardal explicou que seis membros do bando
já foram presos e outros cinco “tombaram” em confronto com a polícia.
Dentre os assaltos cometidos pelo grupo, estão os seguintes: Banco do
Brasil de Tutoia (10 de abril); Banco do Brasil de Brejo (22 de abril);
Banco do Brasil de Parnarama (5 de junho), e Banco do Brasil e a Caixa
Econômica Federal de José de Freitas, cidade do Piauí (29 de abril de
2015).
RESGATE DO CDP – Em 5 de
abril deste ano, o líder da quadrilha foi resgatado do Centro de
Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas, em um ato cinematográfico,
quando oito criminosos chegaram em três veículos e desferiram disparos
de fuzil AK-47 e de calibre 7.62 na guarita de segurança e contra os
militares do Batalhão de Choque. Jhon Lennon, Adeilton Alves Nunes,
Ilton Carlos Martins e Jhon Carlos Campos Silva fugiram por meio de uma
corda lançada sob o muro, e ainda trocaram tiros com a Polícia
Rodoviária Federal (PRF), sendo que um inspetor foi baleado no pé.
“Os criminosos, para resgatarem o seu
líder do CDP, explodiram o Banco do Brasil de Parnarama, no dia 18 de
fevereiro; e o Banco do Brasil de São Domingos, no dia 18 de março;
tendo conseguido uma renda de R$ 1,5 milhão”, finalizou Bardal na
coletiva, que contou com a presença, ainda, do delegado-geral, Augusto
Barros; e de Dicival Gonçalves, superintendente de Polícia Civil do
Interior (SPCI