sexta-feira, 2 de maio de 2014

O preço de uma opinião

por Luiz Marcondes em 16 de abril de 2014
Uma das vozes mais polêmicas do Brasil acaba de ser calada. Rachel Sheherazade, apresentador do jornal do SBT, não poderá mais opinar no programa. O que é até irônico, considerando-se que ela primeiro atraiu a atenção de Silvio Santos com um vídeo no qual não poupava opiniões sobre o Carnaval. Mas parece que agora ela passou dos limites. E que limites seriam esses? E de quem? Ao que tudo indica, os limites do bolso de Silvio Santos.

Só no ano passado, o governo federal gastou R$153,5 milhões com publicidade com o SBT. Mas se depender da deputada Jandira Feghali, do PCdoB, as altas somas serão cortadas. O partido entrou com representação na Procuradoria Geral da República contra Sheherazade por apologia ao crime. Isso porque a apresentadora afirmou que agredir e prender um garoto a um poste era “legítima defesa coletiva” e “compreensível” frente ao descaso de um “estado omisso” que nada faz diante da criminalidade. Além da ameaça de corte do dinheiro de publicidade enquanto durar o processo, está em jogo também a própria concessão do canal do SBT caso a emissora perca o embate.
Vale lembrar também que Sheherazade tem sido uma das mais duras críticas do governo Dilma em seu espaço editorial na TV.
Assim fica fácil
É por isso que o que mais chama a atenção no caso todo é a facilidade com que o governo pode calar quem o critica. Alguém incomodou? Basta ameaçar cortar a grana e pronto. Silenciado. O que é uma pena. Não porque Sheherazade seja visionária ou um primor de defensora dos Direitos Humanos, mas porque a democracia pressupõe justamente isso: a convivência das mais diversas opiniões. Até as mais destrambelhadas.
E já que o assunto é opinião
Aqui está a minha.  A argumentação de Sheherazade de que agredir e prender alguém é “legítima defesa” não se sustenta. Legítima defesa é alguém tentar te matar e você matar primeiro, por exemplo. Prender alguém dessa maneira não é um reflexo imediato em defesa da própria vida. É crueldade deliberada.
Esse é meu entendimento de leigo, não sou jurista. Por isso mesmo, convoco os especialista de Direito a participar nos comentários abaixo. De qualquer modo, a cena do jovem nu e amarrado ao poste é indefensável. Aquilo só pode ser arquivado  em uma categoria: “atrocidade”.

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