A
dona de casa Geliane Pereira da Silva, 18 anos, foi presa na tarde de
ontem (26), em uma área rural do município de Iranduba, na região
metropolitana de Manaus, suspeita de ter degolado o filho de 8 dias de
vida e enterrado o corpo no quintal da casa onde morava. Segundo a
polícia, a suspeita cometeu o crime por medo do marido, que dizia que,
se ela estivesse grávida, o filho não era dele.
O caso foi denunciado à Polícia Militar pela tia da suspeita, que achou o
corpo. "Nós estranhamos ela dizer que, com todo aquele barrigão, não
estava grávida, mas sim com um cisto. Foi aí que eu tive um sonho, onde
uma voz me mandava cavar no pé do jambeiro, que fica nos fundos da casa
dela. Logo que eu cavei, senti o fedor de coisa podre", contou a dona de
casa Raimunda Bahia, 48 anos.
Quando a PM chegou na residência, localizada no Morro da Paz, na
comunidade Ariauzinho, no quilômetro 31 da rodovia estadual AM-070, a
mulher detalhou o crime. "Ela nos disse que assim que a crianca nasceu,
cortou o pescoço dela e colocou o corpo dentro de um saco e enterrou
junto a uma caixa de sapatos nos fundos da casa. Ela disse que fez isso
por medo do marido", relatou o tenente Helyelton Martins, da 8ª CIPM.
O corpo do recém-nascido foi levado para o Instituto Médico Legal (IML)
em Manaus, e a mãe da criança foi encaminhada para a 31ª Delegacia de
Polícia em Iranduba. Antes de seguir para Manaus, onde faria o exame de
corpo de delito, Geliane falou com o Terra de dentro da viatura. "Fiz
isso porque meu marido dizia que, se eu estivesse grávida, o filho não
era dele. Tive medo de ele me matar", afirmou, com poucas lágrimas
escorrendo pelo rosto. Perguntada se sente arrependimento pelo que fez, a
suspeita se calou. Geliane garantiu que o filho era do marido.
Geliane da Silva foi autuada em flagrante por ocultação de cadáver e vai
responder a inquérito pelo crime de infanticídio. A Polícia Civil
também vai investigar outro possível infanticídio cometido pela
suspeita.
"No local do crime, a avó paterna da criança morta nos contou que há dez
meses Geliane também estava grávida, mas disse aos familiares que,
quando foi dar a luz em casa, não havia uma criança, mas sim uma bola de
carne. Mas isso vamos investigar. Vamos conversar com o marido e com a
suspeita, porque pode ser que tenha havido um outro crime de
infanticídio", explicou o delegado.
A sogra de Geliane, a pescadora Maria do Rosário Moreira, 54 anos, disse
que, na primeira vez que a suspeita disse não estar grávida, todos
acreditaram. "Na época, acreditamos na história dela porque o padrasto
dela confirmou a história. Mas, dessa vez, ela veio com a mesma
conversa. Eu estou arrasada. Espero que ela pague o que fez com meus
dois netos", afirmou a pescadora.