Inferno maranhense: apenas em 2013, foram assassinados 59 presos no complexo de Pedrinhas |
Blog do Josias de Souza
– Venceu nesta terça-feira o prazo de três dias concedido pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que o governo do
Maranhão desse explicações sobre o caos que se estabeleceu no sistema
prisional do Estado, em especial no Complexo Penitenciário de Pedrinhas,
em São Luís. As informações requisitadas pelo chefe do Ministério
Público Federal não vieram.
A
governadora Roseana Sarney e sua equipe alegam que precisarão de pelo
menos duas semanas para preparar a resposta. Em nota, o governo
maranhense informou que “apresentará levantamento completo das obras e
ações realizadas na área da Justiça e administração penitenciária ao
CNMP [órgão presidido por Janot] e CNJ [presidido por Joaquim Barbosa]
nos próximos 15 dias.”
Repetindo:
Roseana Sarney pede 15 dias para tentar esclarecer por que sua
autoridade foi revogada no pedaço do mapa da capital maranhense onde
está assentado o cadeião de Pedrinhas. O problema é que os dias no
presídio maranhense são contados em cadáveres. Desde janeiro, foram
executados 59 presos, sete deles apenas na última semana.
A
realidade demonstra que, no interior de Pedrinhas, mandam os chefes das
facções criminosas, não a governadora. Conforme noticiado aqui,
chegou-se a um ponto em que os chefões do crime organizado obrigam
presos a cederem suas mulheres e irmãs para serem estupradas por eles.
Do contrário, morrem.
O
procurador-geral cogita requerer ao STF a intervenção federal no Estado
de Roseana. Não se sabe, por ora, se ele dará à governadora o prazo que
ela quer. Suspenso desde a véspera do Natal, o expediente da
Procuradoria só será retomado nesta quinta (26).