As graves informações vêm do blog de Itevaldo Jr.
A
mineradora espiona a rede Justiça nos Trilhos, sediado em Açailândia, e
o MST. Reportagem veiculada pela Agência Pública no mês passado
intitulada “Vazamento de informações expõe espionagem da Vale” revela
provas contundentes do esquema de espionagem da Vale junto aos
Movimentos Sociais.
A rede Justiça nos Trilhos é um dos principais alvos da segurança da
Vale, que reúne diversas entidades de direitos humanos em defesa da
população atingida pelas atividades do polo exportador. Os arapongas da
Vale, por exemplo, montaram um dossiê sobre Padre Dario um dos
coordenadores da rede.
Ex-funcionário do Departamento de Segurança Empresarial, André Luis
Costa de Almeida, revelou ao Ministério Público Federal (MPF) o que sabe
sobre a área de vigilância e inteligência da Vale S.A, onde trabalhou
durante oito anos.
“Um exemplo de pedido direto (à Network) foi a infiltração de um agente
no movimento Justiça nos Trilhos pelo Gerente Geral de Segurança Norte,
Roberto Monteiro”, diz, mostrando um demonstrativo de junho de 2011, com
o pagamento total de R$247.807,74 a Network. Ali, na prestação de
contas do Escritório Norte (Pará e Maranhão), no item “Rede Açailândia”,
consta a despesa de R$ 1.635,00 referente ao “recrutamento de
colaborador de nível superior, em fase experimental, para atuar junto à
Justiça nos Trilhos e outras atividades dos MS (Movimentos Sociais) em
Açailândia/Maranhão”, revelou André de Almeida. Leia o documento aqui.
A rede Justiça nos Trilhos é uma das articuladoras do movimento
Atingidos pela Vale, do qual participam sindicalistas e lideranças
comunitárias de diversos Estados e de outros países onde a multinacional
atua – são mais de 30 -, comandada pela sede no Rio de Janeiro. Essa
articulação promoveu uma votação mundial pela Internet que deu à Vale o
troféu de “Pior Empresa do Mundo” de 2012.
Há mais de dois anos, a rede trava uma batalha judicial com a Vale
contra as obras de ampliação da ferrovia – feitas sem licenciamento
ambiental – para escoar a produção em expansão das minas de Carajás,
impactando ainda mais a vida das comunidades que vivem no entorno dos
trilhos por onde circulam gigantescas composições ferroviárias, de 9 a
12 vezes por dia, cortando reservas ambientais e território indígena e
quilombola.