O
jornalista esportivo da televisão suíça pouco antes do término do jogo
vencido pelo Brasil, em Brasília, estava encafifado – não entendia por
que a presidenta Dilma tinha sido vaiada pelo público na solenidade de
abertura.
“O estádio com o nome do grande
jogador Garrincha é novo, tecnologicamente o mais moderno no mundo, e
está sendo oferecido ao povo, e por que o povo vaia a presidenta ? É, na
verdade, ela não tem carisma!”
Ué, pensei, será que isso é ainda
consequência da política suicida da presidenta Dilma, contada aqui por
mim, neste site, há quase um ano, dando conta de um evidente distúrbio
psicológico na presidenta, pelo qual premia a mídia que critica seu
governo e dá uma banana para os jornais e revistas a seu favor ?
Há um problema de síndrome aí, de
preferência pelo inimigo. Não sou eu quem possa solucionar, mas os que
com ela convivem no dia a dia, na Casa Civil, poderiam tentar alguma
coisa, antes de acontecerem novas vaias, cada vez mais perigosas por
serem próximas das eleições presidenciais.
Embora vivendo no Exterior tenho
testemunhado, nestes três anos, uma campanha insidiosa da grande mídia
contra o governo, contra a presidenta Dilma, contra o PT, sem existir um
retorno favorável, uma defesa, uma resposta no mesmo volume.
Ora, diante do grande circo das
denúncias, cotidiano e insistente, mas sem resposta, acaba ficando
alguma coisa, no subconsciente do povo.
Na coluna Governo financia a direita Clique aqui,
reproduzida amplamente pela miserável mídia de esquerda e por seus
blogs, que funcionam gratuitamente, levantava a questão do porquê do
governo Dilma se negar a dar, pelo menos um pouco de sôro, à mídia
alternativa de esquerda, já que Brasil de Fato, Caros Amigos (ainda
existe?) e Correio do Brasil são praticamente ignorados pelo governo, na
distribuição das verbas de publicidade a pretexto de terem poucos
leitores... Ora, têm pouco leitores justamente porque não dispõem de
condições para competir com Folha, Globo, Estadão.
A responsável por essa partilha de
publicidade, favorecendo sempre a mídia de direita contra a mídia nanica
de esquerda, é Helena Chagas, sempre ao lado da presidenta nas
excursões ao Exterior. Ela é a prova viva da síndrome.
Não vou transcrever a coluna de setembro
do ano passado, mas alguém com mais tato que eu, deve enfim ter peito
para dizer à presidenta que se isso não mudar, sua reeleição pode ir pro
brejo.
O baixinho Getúlio foi extremamente
esperto ao financiar Samuel Wainer e sua Última Hora e mesmo assim não
conseguir evitar a campanha desfechada contra ele, a pretexto – o tema é
sempre o mesmo – de corrupção no governo.
Acorde presidenta Dilma se não quiser
passar outros vexames como os vividos em Brasília. É preciso elaborar e
implementar uma verdadeira política de apoio junto à mídia de esquerda.
Não será preciso que torçam os fatos, nem que existam conselhos de
jornalismo querendo enquadrar quem for contra o governo. Tudo pode ser
feito de maneira transparente entro das regras democráticas, sem
continuar favorecendo uma mídia adversária já mais que favorecida.
Se não é suicídio e automasoquismo. Aqui
na Europa, a mídia de esquerda não tem tratamento de preferência, mas
igualitário. Aí no Brasil, a preferência é sempre para a mídia de
direita. Ora, num governo de esquerda isso se torna incompreensível.
o autor deste artigoRui Martins