quinta-feira, 13 de junho de 2013

Barreirinhas é destaque de capa do Jornal Folha de São Paulo

No mundo paralelo das Dunas, Por Vanessa Corrêa Silva (enviada especial a Barreirinhas)

 
A edição de hoje (13) do Jornal Folha de São Paulo, destaca em reportagem de capa, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, localizado no Município de Barreirinhas. A ampla matéria possui um informações fundamentais para quem pensa em visitar um dos pontos turísticos mais desejados do Brasil.
Confira abaixo a reportagem completa de 5 páginas publicada na versão impressa da Folha de São Paulo.

Parque nacional dos Lençóis Maranhenses reúne paisagens que não são vistas em nenhum outro lugar; melhor época para ir é até agosto, enquanto lagoas ainda estão cheias.
Ao longo de 70 quilômetros de litoral, o parque nacional dos Lençóis Maranhenses ocupa uma área pouco maior do que a capital paulista.
Boa parte desse território é dominada por uma paisagem que não pode ser encontrada em nenhum outro lugar do planeta: uma sucessão de dunas de areia branca, cujas curvas, quando vistas do alto, lembram grandes lençóis estendidos ao vento.
A paisagem é toda entremeada por milhares de lagoas de água cristalina.
 
O melhor período para visitar o local vai até o fim de agosto (começou em maio).
Antes disso, as chuvas tornam alguns caminhos praticamente intransitáveis, dificultando o acesso a regiões mais afastadas, como o povoado de Atins.
Mas, se por um lado as tempestades podem dificultar as trilhas, sem elas metade da beleza dos Lençóis não existiria. É a água das chuvas que forma as lagoas nas cavidades entre as dunas –são cerca de 5.000 piscinas naturais em todo o parque.
Em maio, as lagoas já costumam estar bastante cheias. Com o passar dos meses, suas águas vão evaporando e, na época da seca (a partir de setembro), muitas delas chegam a desaparecer.
O fundo de areia branca dá às águas uma coloração profundamente azul. Parece miragem.
Cenário dos Lençóis compensa esforço para chegar
Para conhecer a lagoa Bonita, uma das maiores, é preciso encarar 50 minutos em veículo 4×4 e subida, a pé, de duna de 30 m de altura
Ação do vento nos morros de areia do parque nacional faz paisagem mudar de um dia para o outro
Ano a ano, cerca de 5.000 lagoas se enchem para depois serem engolidas pela areia nos Lençóis Maranhenses.
Entre elas, algumas se destacam. Caso da Azul, da Preguiça e da dos Peixes, que formam um dos principais circuitos turísticos do parque.
Para chegar a elas, é preciso atravessar o rio Preguiças em uma balsa e seguir em jipes, por cerca de 40 minutos. Os carros chegam até o início das dunas.
A partir daí, o passeio é feito a pé -o visitante vai descalço, já que a areia dificulta as caminhadas com chinelo. Mas, atenção, para percursos mais longos, não esqueça de levá-los, pois a areia quente pode queimar a sola dos pés.
Em poucos minutos, é possível avistar a lagoa da Preguiça e, mais à frente, a Azul. É nesta última que os turistas costumam fazer uma pausa para um mergulho.
Mais afastada e cercada por vegetação, a lagoa dos Peixes abriga a maioria das espécies que vivem nos Lençóis -por isso o nome. Parte dela fica em uma área de restinga, o que faz com que seja uma das poucas cuja água não seca completamente durante o verão.

PAISAGEM ÚNICA
 
Já para chegar à lagoa Bonita, a maior da região, com cerca de 15 metros de comprimento, é preciso mais tempo e esforço. São pouco mais de 50 minutos sacolejando nos jipes para, em seguida, encarar uma duna de 30 metros de altura.
Para tornar menos difícil a subida -íngreme-, há uma corda esticada ao longo do morro de areia, na qual os turistas podem se apoiar.
Na chegada ao topo, porém, o visual apaga qualquer lembrança das dificuldades.
Enormes dunas, intercaladas por lagoas a perder de vista, formam a paisagem mais característica dali.
Nunca é a mesma: de um dia para o outro, as dunas podem mudar de tamanho com a ação do vento.
Mas procure visitar a lagoa Bonita à tarde, quando é possível observar a mudança nas cores das dunas e lagoas à medida que o sol se põe.
Lagoa dos Peixes tem apenas 30% de seu tamanho original
Calcula-se que dunas se formaram há 2.000 anos, diz professor
As dunas que formam os Lençóis Maranhenses são resultado da migração das areias do litoral, levadas pelo vento em direção ao continente.
“A origem dos Lençóis ainda está sendo estudada, mas calcula-se que os campos de dunas do parque tenham se formado há cerca de 2.000 anos. Essa idade é medida por meio de uma técnica que indica a última vez em que a areia recebeu luminosidade”, explica o professor Jorge Hamilton dos Santos, do Departamento de Geociências da Universidade Federal do Maranhão.
De acordo com Santos, a ação dos ventos faz com que essas formações de areia estejam em constante movimento, deslocando-se por distâncias que variam entre quatro e 25 metros ao longo do ano.
Esse movimento é responsável pela mudança no formato e na localização das lagoas que surgem com as chuvas -algumas, por exemplo, são cortadas ao meio pela areia, outras podem desaparecer por completo.
Segundo um estudo realizado pelo professor, a lagoa dos Peixes é uma das que estão desaparecendo por conta da migração das dunas.
Com 360 metros quadrados em 1966, hoje a lagoa tem apenas 30% de seu tamanho original (cerca de cem metros quadrados) e há projeções segundo as quais ela pode deixar de existir por volta de 2017.

TOME CUIDADO
Em época de chuva, agências não oferecem alguns roteiros
Como algumas áreas ficam alagadas, empresas temem que veículos 4×4 atolem
Passeio que custa R$ 130 por pessoa em grupo pode sair por até R$ 700 se turista quiser ir sozinho
Nos Lençóis Maranhenses, não há garantia de que a excursão escolhida será feita.
Com medo de que os carros fiquem atolados na lama, as agências nem oferecem alguns passeios na época de chuva (de fevereiro a maio, em geral).
“Essas trilhas estão entre as mais difíceis do Brasil”, diz Yuri Amaral, analista ambiental do ICMBio, órgão responsável pelo parque.
Outro problema é o número mínimo de participantes. Para ir de barco de Barreirinhas a Atins pelo rio Preguiças, por exemplo, o turista paga, em média, R$ 60, se estiver em um grupo. Se for sozinho, o preço pode subir para até R$ 350.
De Atins à lagoa Verde, é preciso pegar um jipe, que custa cerca de R$ 350 para até cinco pessoas -sem companhia, paga-se o preço cheio. No fim, o mesmo passeio, em grupo, sai R$ 130 e, sozinho, R$ 700.

A PÉ
Desde 2010, por orientação do ICMBio, veículos não circulam mais dentro do parque. A medida visa prevenir danos ambientais ao local.
Povoado de Atins é opção para quem quer ficar longe de qualquer agitação
Mais tranquila ainda que Barreirinhas, o povoado de Atins atrai quem procura sossego à beira do mar.

A praia, aliás, não impressiona tanto pela beleza, já que nesse ponto o mar tem coloração escura devido ao encontro com o rio Preguiças.
Mas é próximo a Atins que fica a lagoa Verde, uma das mais bonitas de todo o parque nacional dos Lençóis Maranhenses.
O nome da lagoa vem de sua cor intensa, fruto das pequenas algas que crescem no fundo de areia.
Para chegar até ela, é preciso ir até Canto do Atins, percorrendo 30 minutos pela praia em jipes, já que carros comuns têm dificuldade para se deslocar na areia muito úmida e fofa da região.
Os veículos só podem chegar até o início do parque. O trecho restante é feito a pé, em uma caminhada que dura cerca de 40 minutos em meio às dunas, na companhia de cabras e ovelhas.

CAMARÃO NA GRELHA
Canto do Atins abriga ainda o que pode ser considerado o principal programa gastronômico da região dos Lençóis Maranhenses.
O restaurante da Luzía (restaurantedaluzia.blogspot.com.br) fica a uma hora e meia de caminhada do povoado de Atins, mas não é preciso se esforçar tanto para almoçar ali: o lugar faz parte do roteiro de diversas agências de turismo que promovem excursões à lagoa Verde.
Antes de visitar o parque, os turistas fazem uma parada no restaurante, onde escolhem os pratos que serão servidos após o passeio.
O destaque da casa são os camarões feitos na grelha, servidos com arroz, feijão e salada de tomate (R$ 25).
Passeio em voadeira inclui mergulho nos Pequenos Lençóis
Formação, a 40 minutos de barco de Barreirinhas, tem dunas e lagoas menores que as do parque nacional
Outra parada do percurso é no bar Tenda dos Macacos, onde animais circulam à vontade entre turistas

VANESSA CORRÊA DA SILVADA ENVIADA A BARREIRINHAS (MA)
Quem fica hospedado no município de Barreirinhas, opção mais comum entre os turistas, chega ao litoral maranhense pelo rio Preguiças.
No percurso, é possível observar a vegetação típica da região, com áreas de mangue, igarapés e palmeiras de buriti e de açaí.
O mais interessante do passeio de barco, porém, são os paredões de areia que formam os Pequenos Lençóis, uma área de dunas e lagoas menores que as encontradas no parque nacional dos Lençóis Maranhenses.
Além disso, as lagoas são mais rasas e a areia tem coloração mais escura.
Partindo de Barreirinhas –em lanchas conhecidas como voadeiras, que transportam de dez a 12 pessoas–, leva-se 40 minutos até o povoado de Vassouras, onde os turistas param para conhecer os Pequenos Lençóis.

MACACOS
É ali em Vassouras que está o bar Tenda dos Macacos.
Como o nome diz, os animais são os “donos” do local. Ficam circulando tranquilamente entre os visitantes, que podem fotografá-los à vontade. Se quiser tomar água de coco, fique atento: os macacos são rápidos e podem “atacar” cocos deixados desprotegidos em cima da mesa.
Voltando à voadeira, a próxima parada é no povoado de Mandacaru, onde está o farol Preguiças, inaugurado em 1909. Do alto da construção de 35 metros tem-se uma bela vista do rio e do vilarejo, com o mar ao fundo.
O passeio termina em Caburé, uma pequena vila de pescadores banhada de um lado pelo rio e do outro pelo oceano Atlântico.
A praia é tranquila, com mar calmo, e há boas opções de restaurantes, mas antes de dar um mergulho ou provar peixes e frutos do mar vale a pena passear de quadriciclo pelo lugar.
O aluguel de 30 minutos custa R$ 50, e o veículo pode ser dividido por duas pessoas.

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