quinta-feira, 9 de maio de 2013

Pastor Marcos pode ter estuprado ao menos outras 20 mulheres

Pelo menos outras 20 mulheres podem ter sido vítimas de estupros cometidos  pelo pastor Marcos Pereira da Silva, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias.  Marcos foi preso preventivamente na terça-feira à noite, inicialmente  investigado por seis estupros. Mas, de acordo com o delegado Márcio Mendonça, da  Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), nos 30 depoimentos colhidos durante um  ano de investigações dos crimes supostamente cometidos pelo pastor, são citados  ainda os nomes dessas 20 mulheres que também teriam sofrido abusos. O delegado  já encaminhou para a Justiça cinco dos seis inquéritos que apuram os crimes, dos  quais dois já resultaram em processos com mandados de prisão preventiva contra  Marcos. Dentre as vítimas, pelo menos três teriam sido abusadas quando eram  menores e uma é a ex-mulher de Marcos, Ana Madureira da Silva, com quem ele foi  casado até 1998. O pastor foi encaminhado na manhã desta quarta-feira para o  presídio Bangu 2. Nesta tarde, a Secretaria estadual de Administração  Penitenciária (Seap) divulgou a foto do pastor usando a camisa verde do uniforme  da entidade.

— Ele se aproveitava de pessoas pobres que achavam estar precisando de  acompanhamento espiritual. Ele se comportava da mesma maneira quando estuprava  as mulheres, geralmente dentro da própria igreja, em São João de Meriti. Ele  colocava as pessoas numa situação como se elas estivessem erradas. Na realidade  quem tinha o problema eram as mulheres que estavam possuídas, endemoniadas. Ele  fazia a mulher acreditar que a única forma de se libertar daquele demônio era  fazendo sexo com uma pessoa ‘santa’. Uma das vítimas foi abusada dos 14 aos 22  anos. Nos depoimentos são citadas outras 20 mulheres que também sofreram abuso  sexual. Existe relato de estupros desde 1998 — disse o delegado.
O apartamento onde Marcos mora, no nome da igreja e avaliado em R$ 8 milhões  na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, também teria sido usado  para realização de orgias comandadas por Marcos Pereira. A maior parte das  vítimas dos encontros seria fiéis da igreja, chamadas até o local para a  realização de cultos, em que Marcos Pereira, com ações violentas, obrigava as  mulheres a fazerem sexo com ele e com outros homens da igreja. Também haveria  sexo de mulheres com mulheres e homens com homens.
— Já confirmamos o apartamento em Copacabana, na Avenida Atlântica, avaliado  em R$8 milhões, em nome da igreja. Há informações de que ele fazia orgias nesse  apartamento. Existem relatos de que ele tinha relações com homens, e relações de  mulheres com mulheres e homens com homens. Existia uma promiscuidade entre  várias pessoas — afirmou.
Visita a traficante em presídio federal
pastor_aeSegundo Mendonça, Marcos ainda é investigado por associação para o tráfico,  lavagem de dinheiro e homicídio. O delegado diz que há confirmação de que em  duas ocasiões o religioso visitou o traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o  Marcinho VP, chefe de uma facção criminosa que controla o tráfico de drogas em  favelas do Rio.
— Temos depoimentos de quem premeditou todo o atentado ao Rio de Janeiro  tanto em 2006 como em 2010, foi ele. Existem duas visitas comprovadas dele a um  traficante em presídio federal, o traficante Marcinho VP. Há depoimentos de  pessoas ligadas a ele, de que todos aqueles atos de salvamento de pessoas que  seriam mortas por traficantes eram armados, teatros combinados. Pessoas  depuseram e disseram que isso tudo era uma farsa.
Outro crime pelo qual o pastor está sendo investigado é o envolvimento no  assassinato de uma mulher. Ela teria sido vítima de uma tentativa de estupro  pelo pastor e começou a tentar provar publicamente as orgias que ele comandava.  De acordo com o delegado, um dos condenados pelo crime é um sobrinho de Marcos  Pereira.
— Após a tentativa de abuso sexual, a menina se revoltou e passou a tentar  provar essas orgias. Ela foi assassinada. Três pessoas foram condenadas e uma  delas é o sobrinho do pastor Marcos. A mãe da menina prestou depoimento e  afirmou que tem certeza absoluta que quem mandou matar a filha dela foi o pastor  Marcos. Existem depoimentos que há outros homicídios de outras pessoas que  descobriram as orgias e por isso foram assassinadas. Isso está sendo  investigado.
Marcos Pereira foi preso com dois mandados de prisão preventiva na Rodovia  Presidente Dutra, em São João de Meriti, Baixada Fluminense, no fim da noite de  terça-feira. Agentes do Dcod realizaram a prisão quando o pastor estava em seu  carro, um Passat branco, indo para o seu apartamento, na Avenida Atlântica, em  Copacabana. A investigação da participação de Marcos em envolvimento com tráfico  de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro foi baseada em  denúncias do coordenador do Afroreggae, José Júnior. Os mandados foram  decretados pelos juízes Richard Fairclough, da 1ª Vara Criminal de São João de  Meriti, e Ana Helena Mota Lima, da 2ª Vara Criminal da mesma comarca, na última  quinta-feira.
— Há um ano que o pessoal da Dcod tem um inquérito instaurado para apurar  associação ao tráfico e incitação ao crime porque o pastor teria ameaçado o  presidente do AfroReggae. Essa investigação fez com que diversos fatos fossem  revelados. Fatos criminosos que aconteciam naquela igreja.
Na manhã desta quarta-feira, o pastor foi transferido da Dcod, no bairro do  Andaraí, na Zona Norte do Rio, às 8h40m. O pastor foi para o Instituto  Médio-Legal (IML), onde fez exame de corpo de delito, e, de lá, seguiu para a  penitenciária Bangu 2, no Complexo de Gericinó. Na saída da Dcod, o pastor  recebeu mensagens de um grupo de fiéis que passaram a noite fazendo uma vigília  em frente à delegacia. “Pastor, estamos do seu lado”, disse uma fiel. O pastor  não quis comentar a prisão.

Seguido por fiéis
Na sede da delegacia, o pastor Marcos Pereira não quis falar com a imprensa.  Porém, atendendo ao seu chamado, cerca de 30 dos seus seguidores foram até o  local, além de seis advogados. Entre os fiéis, estava o ex-cantor de pagode  Waguinho, que é missionário da Assembleia de Deus dos Últimos Dias há nove anos.  Ao sair da delegacia, Waguinho — que disputou a prefeitura de Nova Iguaçu, nas  eleições do ano passado — fez críticas à ação da polícia e às denúncias de José  Júnior.
— Ficamos surpresos com a forma em que foi feita a prisão contra uma pessoa  que comparece toda vez que é convocada para explicar essas acusações. Foi uma  ação, em via pública. São acusações antigas que não há provas. Porém, todos nós  aqui sabemos que existe uma guerra pública que foi declarada há cerca de dois  anos, pelo José Júnior. O Afroreggae faz as suas ações e gasta milhões. O pastor  Marcos Pereira faz o seu trabalho com o amor, sem receber nenhum dinheiro por  isso. Quero ver o José Júnior explicar isso — disse Waguinho, defendendo Marcos  Pereira. — Todos que convivem com o pastor sabem que ele é uma pessoa que só faz  o bem. O trabalho dele já tirou oito mil pessoas das drogas. Na história, várias  pessoas que fizeram o bem já sofreram esse tipo de injustiça. Quem é do bem  conhece quem é do bem.

Com informações do Blog  do Luis Cardoso

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