Ontem assiti ao jornal hoje, e vi uma matéria que se tratava de pessoas com problema de dependência quimica, principalmente de usuários de Crack, eu já trabalho com prevenção ao uso de substância entorpecentes há muito tempo, e sinceramente aquela matéria me tocou muito. A cidade de Chapadinha como está acontecendo em todo Brasil está sendo vitima da onda avassaladora do Crack, inclusive já tem uma cracolândia as margens da BR 222.
A violencia em Chapadinha tem aumentado de forma assustadora, e em parte esse aumento é causado pelo consumo e venda do Crack, que está matando e destruindo familias em Chapadinha. Do cachimbo improvisado até o cérebro, a fumaça mais perigosa no
mundo das drogas causa impactos destruidores no organismo, abrindo a
porta para doenças gravíssimas.
O crack é uma mistura barata da pasta-base de cocaína com bicarbonato
de sódio e água. Depois de aquecido a mais de 100ºC e passado por um
processo de decantação, as substâncias líquidas e sólidas são separadas.
E é no resfriamento desta parte sólida que surge a pedra de crack,
super concentrada com os princípios ativos da cocaína. Como não existe
nenhum tipo de controle, há quem produza o crack com outras substâncias
tóxicas, como o cimento, ácido sulfúrico, acetona e até soda cáustica,
assim, a droga fica bem mais econômica.
Esta droga chega ao cérebro de oito a doze segundos e provoca a
sensação de intensa euforia e autoconfiança por até dez minutos. O
sentimento se assemelha com vários orgasmos e é tão forte que faz com
que a pessoa queira fumar outra vez e o mais rápido possível. É fumando
uma pedra após a outra, simplesmente pelo prazer da sensação, que o
vício chega sem nem ser convidado. Então, o crack se torna uma
necessidade, não mais um prazer.
Para Nelson Hossri, especialista em Dependência Química pela Unifesp e idealizador do movimento “Sou feliz sem drogas”,
o crack é a droga mais perigosa. “Costumo dizer que a pior droga que
existe é aquela que você não consegue largar e o torna dependente. Mas o
crack é devastador, pelo fato do seu efeito ser rápido, a chance de
vício é maior, fora os efeitos colaterais que são violentos”, conta.
A dependência pode causar doenças pulmonares e cardíacas, sintomas
digestivos e alterações na produção e captação de neurotransmissores. O
organismo começa a funcionar em função da droga, então, a pessoa não
dorme e não come, por isso tantos usuários emagrecem rapidamente. No
pulmão a fumaça gera lesão que causa disfunções, ainda mais por causa da
falta de nutrientes de alimentos. O dependente fica vulnerável a
doenças como pneumonia e tuberculose, além de tosse, falta de ar e dores
no peito.
Com a sensação de euforia, causada pelo crack, há um crescimento de
adrenalina no corpo, aumentando, assim, a frequência cardíaca e a
pressão arterial. Os problemas que podem ser causados são os
cardiovasculares, como o infarto ou o derrame. A droga também pode levar
à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, ou seja, a
rabsomiólise, quando um músculo esquelético se quebra por causa da lesão
no tecido. Isso pode acontecer por causa da alta temperatura da fumaça,
que queima o tecido da laringe, traqueia e brônquios.
Já no sistema neurológico, o crack altera o humor por causa dos danos
no cérebro e das perdas de função dos neurônios. O viciado fica com
deficiência de memória, atenção e concentração e pode levá-los a fazer
escolhas imediatas, sem avaliar as consequências para o futuro. Alguns
dependentes desenvolvem sintomas psiquiátricos, psicóticos e ansiosos,
como a depressão, o delírio ou os ataques de pânico.
Conheça os sinais que um dependente de crack tem:
O Brasil concentra o maior número de usuários de crack do mundo. O
preço da pedra varia de R$0,50 até R$10,00, dependendo do quão puro é do
tamanho dela. “O principal perfil dos usuários de crack eram as pessoas
menos favorecidas, como as classes C, D e E. Hoje a situação mudou e
atinge de forma excessiva todas as classes, inclusive os mais
favorecidos (classes A e B)”, explica Nelson.
Não só prejuízos pessoais, como também prejuízos a terceiros pode
causar a dependência do crack. A droga se torna a vida do usuário,
então, ele deixa de sentir prazer em outros aspectos da vida, como por
exemplo, o convívio com amigos e parentes. Além de colocar em risco a
própria saúde, coloca também a segurança de pessoas próximas.