quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Os coiotes e os tolos

É natural e legítimo que parte da população cobre algumas coisas do atual governo. A ansiedade é grande, afinal foram doze anos esperando por este momento. Quem votou em Belezinha – e até quem não votou – espera mudança radical na política do pão-e-circo do governo anterior.

 
Espera que antigos problemas (coleta de lixo, estradas, iluminação pública, escolas e hospitais, por exemplo) sejam resolvidos. Se não definitivamente, pelo menos melhorados. Do jeito que estava é que não dá. Espera também uma prefeita com estilo completamente diferente da anterior: atuante, disciplinada e com autoridade para tomar decisões. Ok.

Mas não deixa de ser hilário ver certas figurinhas carimbadas da política local cobrando agilidade da prefeitura há menos de um mês de mandato. Isso depois de passarem doze anos tentando tapar o sol com a peneira. Doze anos dourando a pílula de velhos gargalos administrativos. Doze anos empurrando o lixo para baixo do tapete.

Quem não se lembra? Até bem pouco tempo, diante de qualquer crítica ao governo, as estrelas do jornalismo amestrado acionavam imediatamente o "retrovisor da história", debitando a conta sempre no governo Isaías. O ex-prefeito acabou virando o eterno bode expiatório; o álibi perfeito para justificar a inércia administrativa e a corrupção.

Pois bem. Agora esses mesmos caipiras resolveram desembaçar os óculos e olhar para frente. Não é engraçado? E mais: ainda exigem que a gente enxergue pela lente deles. No fundo compreendo essa atitude. Afinal, quem está sapateando na frigideira tem mesmo é que espernear e botar a boca no mundo. Mas não duvidem: ao menor aceno da prefeita, todos esses tenores mudam a cantiga do lado B para o lado A.

Hilário mesmo é ver certos tolinhos dentro do governo embarcando nessa cantilena do agora pessoal do MSC (Movimento dos Sem Contracheque). Ora, senhores, até as pedras sabem que todo governo que assume tem de inicialmente fazer um diagnóstico da situação antes de implantar qualquer medida - exceto as emergenciais. É preciso saber, por exemplo, a situação das finanças, convênios, obras, folha de pagamento, etc.

Antes disso, o que demanda certo tempo, toda e qualquer gritaria não passa de retórica de quem daqui pra frente tem que fazer o papel de coiote. Resta saber se algum dia conseguirão realizar seu plano ou se - como no desenho animado de Chuck Jones - acabarão presos na própria armadilha.
Ivandro Coêlho, professor e jornalista.

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