quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

TV do absurdo

porLeila Cordeiro
Se a TV aberta brasileira não chegou a esse estágio, já está quase lá. Se não, vejamos. O que são essas pegadinhas promovidas pelo SBT agora? De inocentes e divertidas elas não guardam nem a sombra das feitas com humor no passado, diga-se de passagem, não tão distante.

Primeiro, a menina que lembra um personagem de histórias de terror das mais trash possíveis, quase mata pessoas do coração no elevador. Depois, a de um caixão deixado também num elevador, de onde pula um defunto que finge acordar da morte estendendo os braços para suas vítimas que não poupam gritos de pavor.

Mas, pior do que isso,  é o que dizem sobre isso. Que a maioria das pessoas envolvidas sabia o que iria acontecer antes e tudo, ou quase tudo,  já estava combinado, entre as “vítimas” e a produção do programa de Silvio Santos onde são apresentadas as famigeradas pegadinhas.

Caso seja verdade, isso mostra que o absurdo vai muito além das imagens e da busca incessante pela audiência, ela chega à dignidade das pessoas que se prestam a esse papelão, o de fingir susto para divertir e fazer o papel de bobo alegre na TV do SS. Seria tudo por dinheiro ou por apenas 5 minutos de fama?

Mas o absurdo vai envolvendo cada emissora, cada uma à sua maneira. Na Record o absurdo é a mistura dos autodenominados “bispos” da Universal posando de diretores da TV,  mandando e desmandando, mudando alguns programas de horário de repente ou acabando com outros sem explicação, mostrando que,  de televisão,  eles entendem mesmo é de passar a sacolinha.

Como um rolo compressor,  ou se preferirem como máquina de moer gente, a direção da Record vai anunciando demissões com a maior naturalidade,  mais ou menos como fazem com seus pastores que não leêm direitinho na bíblia do Bispo Macedo. Quantos saíram por não orar na mesma sintonia do chefe?

Recentemente, o executivo Carlos Geraldo de Oliveira foi afastado da presidência da Record Rio porque, de acordo com colunas especializadas em TV, teria batalhado para que 300 profissionais da emissora carioca não fossem demitidos,  como queria a cúpula da rede em São Paulo.

E a Band, hein? Essa está sempre anunciando programas que acabam sem nenhuma explicação, muitas vezes nem mesmo para o próprio apresentador. Adriane Galisteu é uma das campeãs da modalidade, acaba e volta. Desde que foi contratada pela emissora do Morumbi ela estrelou pelo menos 3 programas que simplesmente desapareceram da grade em poucas semanas. A Band alega falta de audiência, mas se o público não prestigia a apresentadora em seus programas porque insistir com ela, não é verdade?

Na Rede TV,  os problemas e os absusrdos são mais graves pois envolvem a sobrevivência de milhares de famílias.  Enquanto os funcionários vivem com seus salários atrasados e não recebem as bonificações a que têm direito, os donos desfilam pela mídia anunciando a compra de mansões e apartamentos no exterior com a cara mais cínica do mundo. Para os poderosos tudo, para o povo nada. Sempre na terra e da TV do absurdo.

Na Globo,  os absurdos são mais discretos, mas existem também. Envoltos numa capa de bons efeitos de edição e apresentação de imagens, apresentadores vão tentando desengessar seus estilos pré-programados tentando uma naturalidade  frente às câmeras, como apresentar o telejornal com os braços debruçados sobre a bancada,  que é falsa na verdade, pois o  ranço asséptico global se sobrepõe a tudo e a todos,  comprometendo especialmente o conteúdo das informações.

Uma pena ter que presenciar tanto BBB, (baixaria, bobagem e babaquice) na TV aberta brasileira.  Os bons profissionais  que existem em nossa TV mereciam melhor aproveitamento nessa verdadeira terra de ninguém, nesse  teatro do absurdo que não informa, irrita e deixa um gosto amargo de decepção em quem assiste.

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